Redes sociais atraem interesse de companhias

06-11-2009 12:05
Cibelle Bouças - Valor Econômico
 
Quem participa de redes sociais tem o hábito de acompanhar o que é publicado a seu respeito ou a respeito de alguma ideia defendida em seu espaço virtual. Nesse ambiente, usuários encontram espaço para criticar e elogiar pessoas, produtos, serviços e ideias com audiências que muitas vezes ultrapassam um milhão de pessoas. A preocupação com o conteúdo divulgado cresceu nas empresas que têm suas marcas citadas em redes sociais. Além do monitoramento, companhias testam mecanismos para se relacionar com esses clientes e evitar ou contornar problemas de imagem.

Um estudo desenvolvido pela In Press Porter Novelli e pela empresa de análise de mídia E.Life constatou que há espaço em todas as redes sociais para desenvolver estratégias de marketing. Mas as relações com os consumidores precisam ser estabelecidas de maneiras diferenciadas em cada uma delas. A pesquisa foi feita com 1.277 internautas que escrevem com frequência nas redes, estão entre os ’blogueiros’ e ’twitteiros’ de maior audiência na internet brasileira e, em 2008, comentaram sobre produtos e serviços nesses sites.

Diferentes motivações levam um internauta a adotar uma rede social para interagir. De acordo com o levantamento, 69,4% dos usuários acessam o Twitter para ler notícias e 64,6%, para divulgar conteúdo. No Orkut, manter o contato com amigos e familiares é a principal motivação para 86% dos internautas; a busca por informações nessa rede é prioridade para 20% dos entrevistados. O YouTube é fonte de entretenimento para 89,6% dos internautas. E os blogs são utilizados sobretudo para a divulgação de conteúdos, de acordo do 86,1% dos usuários; 42% do total também veem nos blogs uma fonte de informação.

Entre os entrevistados, 47% gastam mais de 40 horas por semana navegando em redes sociais. Usuários de 19 a 25 anos de idade representam 37,4% do total e aqueles com 26 a 35 anos, 36,3% da amostra. A renda média de 42,7% dos internautas supera R$ 4.151 por mês e 51% possuem curso superior completo ou pós-graduação.

As redes mais acessadas por essas pessoas são o Twitter (68%), Orkut (63,1%), YouTube (28,7%), Blogger e Blogspot (25,9%). Ainda conforme o estudo, 90,1% dos usuários entrevistados usam a internet para pesquisar sobre produtos e serviços antes da compra; 79,3% fazem compras em sites e 42,9% recomendam o produtos e serviços nas redes sociais. As críticas são inseridas em todos as redes. No Twitter, 27,8% dos internautas criticaram marcas; o percentual de consumidores reclamantes foi menor nos blogs (15,1%), no Orkut (15%) e no YouTube (6,9%). "O estudo mostrou que 29,3% dos internautas usam as redes para pesquisar produtos. Elas não são só um canal de reclamação, são também um meio para prospectar clientes, para saber o que um concorrente faz, para reverter uma imagem arranhada", afirma o presidente da E.Life, Alessandro Barbosa Lima.

Para interagir, as empresas precisam adaptar a linguagem ao perfil de cada rede social, observa Lima. O diretor da In Press, Hugo Godinho, afirma que o interesse em ’seduzir’ os consumidores nesses sites tem levado empresas a contratar um novo tipo de profissional: o relações públicas online, profissional que tem como tarefa acessar as redes, relacionar-se com os internautas e elaborar estratégias de comunicação para esse público. "As companhias mantêm a preocupação com o pós-venda, mas também passam a dar mais importância para o marketing pré-venda", diz.

Ele observa ainda que, além das relações com os consumidores, as companhias também procuram blogueiros para veicular peças publicitárias ou inserir links patrocinados. Conforme a pesquisa, 17,1% dos usuários de blogs foram procurados para inserção de publicidade e 86% desse total aceitou a inserção de anúncios pagos. Entre aqueles que não foram procurados, 80,9% afirmaram que aceitariam esse tipo de intervenção em seus blogs. O estudo revelou ainda que os usuários não deixaram de utilizar meios de comunicação tradicionais. Pela pesquisa, pelo menos uma vez por semana, 85,6% dos internautas assistem a TV aberta; 77,3% leem revistas, 74,2% leem jornais, 72,2% ouvem rádio e 70,2% veem TV a cabo.

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