Motivação para o trabalho

17-03-2010 22:21

Dentre as maiores preocupações que enfrentam desde os pequenos até os grandes empresários está a motivação de seus funcionários. Sem dúvida este é um assunto frequente e de solução não muito fácil. Como fazer com que os funcionários “vistam a camisa da empresa” e invistam seus esforços em favor dos objetivos da organização? Bons salários, ótimo ambiente, gratificações, será que isso é o suficiente para manter as pessoas motivadas em seus postos de trabalho? Estas são perguntas freqüentes quando se trata deste assunto.

Muitos estudos já foram realizados em relação à motivação humana, que resultaram em várias teorias, apesar de nem todas possuírem valor científico. Podemos citar entre as mais tradicionais a teoria de Maslow (hierarquia das necessidades), a de Herzberg (teoria dos dois fatores), a de Lawler III (teoria da expectação) e a mais aceita atualmente, a teoria de Vroom (modelo contingencial).

A teoria de Maslow, a hierarquia das necessidades, é a mais antiga e a mais comum entre as acima citadas. Maslow definiu cinco necessidades para o homem e as dividiu entre necessidades primárias e secundárias. As necessidades primárias seriam as necessidades fisiológicas (fome, sede, etc) e as necessidades de segurança (proteção contra o perigo ou privação), enquanto as necessidades secundárias seriam as sociais (amizade, aceitação social, etc), as de estima (reputação, reconhecimento, etc) e as de auto-realização (realização do potencial, utilização plena dos talentos individuais, etc). À medida em que o homem satisfaz as necessidades mais básicas (primárias) começam a imperar as mais elevadas, seguindo a ordem em que foram citadas acima.

Herzberg, ao contrário de Maslow, fundamentou sua teoria no ambiente externo, ou seja, sua abordagem é extra- orientada. Segundo este autor dois fatores devem ser considerados na satisfação do cargo, são os satisfacientes (motivacionais) e os insatisfacientes (higiênicos). Os fatores satisfacientes estão relacionados com as necessidades mais elevadas da hierarquia de Maslow: realização, reconhecimento, responsabilidade, crescimento e trabalho em si; enquanto que os insatisfacientes podem ser relacionados com os três níveis inferiores da hierarquia de Maslow, entre os quais podemos citar: salário e benefícios, segurança no cargo, condições de trabalho, etc. Enquanto os fatores higiênicos estão ótimos, apenas evitam a insatisfação, mas quando precários, provocam insatisfação. Quando os fatores motivacionais são ótimos, elevam substancialmente a satisfação; quando são precários, apenas provocam ausência de satisfação. Baseado em sua teoria, a proposta de Herzberg para produzir uma maior motivação no trabalho seria o “enriquecimento de tarefas” que consiste em ampliar a responsabilidade, os objetivos e o desafio das tarefas do cargo.

A teoria da expectação criada por Lawler relaciona o dinheiro à motivação. Para Lawler o dinheiro, se bem utilizado, pode não somente motivar o desempenho, como também outros tipos de comportamento, como o companheirismo e a dedicação à organização. Ainda segundo este autor, se o dinheiro não produz efeito motivacional é porque não é bem utilizado pela organização. As pessoas precisam perceber que o seu desempenho é necessário para obter mais dinheiro. Isso porque o dinheiro permite não somente a satisfação de necessidades fisiológicas e de segurança como das necessidades sociais, de estima e de auto-realização.

A teoria de Vroom está entre as mais aceitas pelos psicólogos e sociólogos contemporâneos. A principal diferença entre esta e as outras teorias é que Vroom se baseou no fato de que diferentes pessoas reagem de maneiras diferentes, conforme a situação em que estejam colocadas, por isso não acredita que exista uma forma única de motivar as pessoas. Para Vroom, o desempenho parece depender de três forças básicas que atuam dentro do indivíduo: a força de atingir objetivos individuais, a relação que o indivíduo percebe entre produtividade e alcance dos seus objetivos individuais e a capacidade de o individuo influenciar seu próprio nível de produtividade.
Estas são as teorias mais aceitas, mais utilizadas, mas ainda existem outras em meio a um assunto tão essencial para as empresas e que gera sempre muita discussão. Qual a melhor forma de motivar as pessoas? Bem, vimos que existe um mínimo a ser oferecido para que as pessoas pelo menos não se desmotivem, que são os fatores higiênicos citados por Herzberg, ou as necessidades básicas de Maslow. Esse é o mínimo, porém muitas empresas ainda se concentram neles com o objetivo de aumentar a produtividade. Depois deste mínimo podemos pensar então no enriquecimento dos cargos, onde devem ser criados novos desafios, novas responsabilidades e objetivos dentro dos cargos. Mas o que parece ser o mais importante para a motivação das pessoas para realizar qualquer tarefa é a relação do resultado obtido através da atividade que realiza dentro da empresa com seus objetivos pessoais. Aqui entram as teorias de Vroom e Lawler, mas que também podemos comparar com as necessidades secundárias de Maslow.

Obviamente que trabalhar em uma empresa que remunera bem e que tem um ótimo ambiente físico é o que todos queremos, mas as pessoas não querem apenas isso. Um cargo interessante, que o desafie a crescer, também é o sonho de muitos. Mas em qualquer situação, em qualquer cargo, uma coisa que pode ser feita é a relação entre a realização de sonhos e objetivos pessoais com o resultado obtido através do trabalho a ser realizado. Essa é a recompensa que faz com que muitos acordem cedo todos os dias e volte tarde pra casa, sem desanimar. É saber que está trabalhando em prol de um objetivo maior e ter a certeza de que um dia ele será realizado. E isso é algo que não precisa ser feito somente pelas empresas, nós podemos fazer por nós mesmos, através da automotivação.

 

Dayse Rodrigues – Consultora em Recursos Humanos da Idea Consult
Psicóloga – CRP/12-02390
Blog da Dayse
dayse@ideacon.com.br

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