Facebook muda padrões de controle de privacidade

O Facebook começará a incentivar seus usuários a disponibilizar uma parcela maior da sua informação pessoal a todos na web, numa guinada que conduz a companhia a uma rota de concorrência mais direta com o serviço de micromensagens Twitter.

A companhia realizou uma teleconferência ontem para discutir novas mudanças nos controles de privacidade do site, e disse que nas próximas semanas pedirá a cada um dos seus mais de 225 milhões de membros para reconfigurar os seus parâmetros de privacidade.

Como parte da mudança, o Facebook experimentará vários instrumentos de transição. Alguns deles oferecerão um conjunto de parâmetros recomendados, que permitirão que um número maior de informações seja visível a qualquer um na web em relação às que atualmente estão abertas ao público.

O conjunto recomendado divulgará um perfil do usuário com álbum de fotos, cidade natal e atual, informação biológica sobre trabalho e educação, e todo o conteúdo que um usuário publicar.

Este último ponto é crucial, já que as mudanças recentes no projeto do Facebook estimularam os usuários a divulgar mais fatos recentes sobre sua situação. A divulgação destas atualizações espelhará efetivamente grande parte das funcionalidades do Twitter.

Os usuários também receberão parâmetros de privacidade fragmentados a cada unidade de informação e conteúdo. Mas para usuários que optarem pelo parâmetro recomendado, eles terão de optar explicitamente por tornar cada unidade de conteúdo privada.

Chris Kelly, executiva-chefe de privacidade do Facebook, que também concorre ao cargo de procuradora geral do Estado da Califórnia nas eleições do próximo ano, disse que as mudanças foram projetadas para simplificar os controles de privacidade para os usuários. "Acreditamos que quando as ferramentas são simples, as pessoas ficam mais propensas a usá-las e entendê-las", disse Kelly. A informação compartilhada com todos será classificada e será passível de pesquisa nas principais ferramentas de busca na internet.

À medida que crescem as redes de relacionamento social, as autoridades reguladoras vêm manifestando maior interesse na segurança da informação privada dos usuários. O "Article 29 Working Group", um comitê consultivo da Comissão Europeia, propôs a adoção de parâmetros de privacidade mais rigorosos para redes de relacionamento social.