As mídias na rede

02-02-2010 15:58
Da Redação - Revista Época Negócios - Edição 29/julho 2009
 
Para Esther Dyson, uma veterana pensadora da internet e das mídias digitais, as empresas e os especialistas em marketing precisam entender o novo papel da web, que vai, uma vez mais, redesenhar o comportamento e mudar a indústria da comunicação

A americana Esther Dyson, 58 anos, é uma veterana do mundo da tecnologia. Desde a década de 80, é considerada uma das principais especialistas em computação pessoal e indústria de mídia. Esther viu de perto a internet nascer e publicou uma venerada newsletter para investidores – a Release 1.0. Tornou-se uma investidora em startups e colocou dinheiro até em empresas de exploração espacial. Passou os últimos seis meses em treinamento para se tornar uma astronauta amadora, embora ainda não saiba quando irá para o espaço. Em uma folga de seus treinos espaciais na Rússia, Esther Dyson concedeu uma entrevista à revista Strategy+Business sobre tendências de web e a indústria de comunicação hoje. Acompanhe.

PARA VER E SER VISTO - Dois grandes fenômenos definem a internet hoje. A humanidade nunca teve a habilidade de se apresentar de forma tão ampla. Foram as mídias sociais – YouTube, MySpace, Facebook, Twitter – que tornaram isso possível. É interessante ver o quanto é forte o desejo das pessoas de se mostrarem e por isso as mídias digitais estão substituindo as tradicionais. O outro fenômeno é o da quantificação. Sites que parecem de entretenimento ou de serviço são devotados a gerenciar dados. Mint e Wesabe, por exemplo, rastreiam as informações financeiras dos usuários. O Skydeck organiza os registros das ligações do celular e o 23endMe faz o mesmo com o genoma.

NÃO ATRAPALHE O PAPO - Profissionais de marketing terão de se integrar nas conversas que acontecem na web. Mas a maioria das pessoas não está falando sobre ketchup ou papel higiênico. Talvez esses não sejam produtos bons para a publicidade online. Muitos marqueteiros estão animados com o behavioral targeting (o alvo comportamental). Isso significa acompanhar o comportamento do consumidor em diferentes sites e oferecer publicidade relevante. Mas o erro é entrar na conversa para falar sobre um produto num momento em que o internauta não está interessado nesse tipo de papo. As pessoas gastam muito tempo online sem procurar nada para comprar ou vender. É preciso reaprender a conversar.

SEM DINHEIRO - As pessoas de negócios não entenderam a força dos mercados não monetários. O internauta gasta boa parte do tempo com entretenimento e atividades gratuitas. Em 30 anos, veremos algumas partes do mundo mais ricas, o Ocidente mais pobre, e partes da economia retornando para uma base não monetária, baseada em relacionamentos. Vamos precisar de sorte e habilidade para fazer essa travessia.
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