A pequena, grande, nova mídia

27-05-2010 13:51
LULI RADFAHRER - Folha de S. Paulo
 
BOA PARTE da desinformação que as mídias digitais enfrentam vem de sua apresentação. Como são novas e começam pequenas, muitos demoram para perceber seu alcance. Como o profissional que começou estagiário e subiu na empresa, mas continua visto como um garoto, ninguém nega seu potencial, mas poucos as levam a sério.

O menino digital cresceu, já são mais de 1,8 bilhão de pessoas on-line. A multidão que usa celulares é quase três vezes maior. É comum ouvir música nesses aparelhos, e não se duvida que o rádio, a TV e os jornais migrarão para o mesmo canal.

Quem acha que smartphone é coisa de rico deve lembrar que os aparelhos populares hoje são bem mais sofisticados que os de primeira linha há dois anos, e que o ciclo se acelera diariamente.

Já faz tempo que o Google, porta de entrada da rede, é o principal canal de mídia do planeta. Mídia? Mídia, com abrangência e poder de persuasão inéditos. Todo mundo adora falar dos belos comerciais de TV, mas quando foi a última vez que a propaganda influenciou sua decisão? E o Google? Pois é.

O Facebook é outro gigante tratado como anão. Com mais de 350 milhões de usuários, ele já é o terceiro maior país do mundo. Está apenas atrás da China, que barra a sua entrada, e da Índia, cuja desigualdade social bloqueia qualquer acesso. Por mais que existam contas inativas, tem mais gente ali do que habitantes nos Estados Unidos. E quem garante que não existem cérebros inativos por lá?

O Skype, que muitos ainda tratam como coisa de ficção científica, está a caminho de se tornar a maior empresa de telefonia do mundo até o final do ano, passando a China Mobile e seu meio bilhão de usuários. O PayPal, camisinha para seu cartão de crédito transacionar com desconhecidos, já está entre os bancos com maior número de correntistas. E seu volume financeiro cresce a uma taxa tsunâmica.

Mas, de todos os números, nenhum é tão impressionante quanto o do YouTube. Em pouco mais de cinco anos de existência, ele já alcançou um acervo de mais de seis séculos. Há mais história nele do que em nosso país. E ele cresce a um ritmo de 13 horas por minuto. As mídias sociais não são pequenas nem são tendência. Muito pelo contrário, são uma realidade cada vez mais comum e presente. A pior forma de se adaptar a elas é ignorá-las.
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