A banalização do networking

22-05-2009 18:54

Uso incorreto das redes de contatos virtuais banaliza o conceito de networking e pode implicar em perdas de boas oportunidades.
O networking, conceito que já faz parte do mundo corporativo há muitos anos, adquiriu recentemente um significado mais amplo. Com a popularização das redes sociais de contatos pela Internet, não demorou muito para surgirem redes específicas para executivos (como o Plaxo, o Glassdoor e o LinkedIn), que ampliaram as possibilidades para se desenvolver um bom networking.

No entanto, muitos executivos estão banalizando o uso destes recursos de tecnologia. O que vemos com muita frequência são profissionais que pedem para ser indicados por pessoas que mal conhecem ou por pessoas próximas, como amigos e parentes. Indicações assim não têm validade, pois quem indica não conviveu profissionalmente com a pessoa e, portanto, não pode dizer se ela possui determinados resultados, atributos e competências. Profissionais que pedem este tipo de indicação correm um sério risco de ficarem malvistos no mercado.

O mais adequado é que o profissional peça indicações de pessoas que trabalharam próximas a ele, como pares, subordinados, chefes, clientes ou fornecedores. Estas sim poderão contribuir com dados relevantes para construir uma boa imagem nestes meios de divulgação.

Outro ponto importante são os pedidos de conexão. Os executivos têm uma ansiedade natural em ampliar rapidamente sua rede de relacionamento para trocar informações variadas sobre segmentos, empresas e profissionais e por isso acabam, em algumas situações, se expondo em excesso, usando estes recursos de maneira indiscriminada. Se você aborda um executivo de uma grande empresa (pelo LinkedIn, por exemplo) sem ter um intermediário neste relacionamento, e ele percebe que você está à procura de indicações indiscriminadamente, sua imagem fica prejudicada e você poderá perder boas oportunidades futuras.
 
O grande segredo para aproveitar todas as vantagens que as redes virtuais podem oferecer é enxergá-las como uma “ferramenta de extensão” do networking tradicional. O bom uso destas ferramentas traz grandes oportunidades de desenvolvimento para o profissional. Vemos muitos casos de profissionais que entram em grupos de discussão de assuntos de seu interesse, acessam oportunidades interessantes de trabalho, são convidados para dar cursos e palestras, são convidados por headhunters ou RHs de empresas para participar de processos seletivos, e acabam sendo contratados. Tudo porque souberam utilizar adequadamente as redes virtuais.
 
Ou seja: o sucesso no uso destas ferramentas como um meio de melhorar o networking depende essencialmente da etiqueta do usuário. Como em qualquer situação social, nas redes virtuais também é fundamental seguir regras básicas de comportamento para ser bem-visto. E, como destaca Adriana, não devemos nunca esquecer que não há nada melhor e mais eficiente do que o contato pessoal em almoços, cafés da manhã, happy hours, feiras, palestras e outros eventos profissionais, situações nas quais você pode ser visto, mostrar sua apresentação pessoal, postura, seriedade e personalidade. O networking é essencial e deve ser parte da vida de um profissional em qualquer momento da carreira e não somente em um momento de transição.

Adriana Néglia - Boletim HSM Online

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