Eleitores de corpo inteiro

23-07-2010 14:38

Editorial - Correio Braziliense

Quem escolhe os governantes e os parlamentares que conduzirão os destinos do país nos próximos quatro anos? O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) responde. São 135,8 milhões de eleitores — dois terços da população nacional, estimada em 192,3 milhões de habitantes. O número é 7,8% maior que em 2006, ano das últimas eleições gerais. Segundo dados divulgados pelo TSE, o número de pessoas aptas a votar cresce, em média, 4% a cada pleito.

Coerentemente, São Paulo é o maior colégio eleitoral. Concentra nada menos que 22,31% dos votantes (30,3 milhões). Em seguida vêm Minas Gerais, com 10,69% (14,52 milhões), e Rio de Janeiro, com 11,59% (8,53 milhões). O Distrito Federal figura em 20º lugar, com 1,35% (1,83 milhão). A menor concentração cabe a Roraima, com 0,2% (27 mil). As mulheres continuam maioria do eleitorado (51,8% ou 70,4 milhões). Os homens representam 48,1% do total (65,2 milhões).

Duas informações causam preocupação. Uma: a queda do número de eleitores de 16 e 17 anos. A outra: o grau de instrução dos aptos a votar. Menos jovens querem exercer o direito de escolher Executivo e Legislativo por meio do sufrágio. A lei não os obriga a ir às urnas. Mas campanhas tentam atraí-los porque sangue novo acena com mudanças. Nas eleições anteriores, muitos correram atrás dos títulos. Nesta ocorreu retrocesso. Eles somaram 2,9 milhões no pleito municipal de 2008. Hoje, são 2,3 milhões.

Ninguém tem resposta segura para o fenômeno. Alguns o atribuem à queda na natalidade, que teria refletido nessa faixa etária. Outros, a estabilidade política e econômica, garantida por dois mandatos bem-sucedidos de FHC e dois de Lula. A ausência de sustos diminui a vontade de as pessoas se engajar na política. Há os que falam em desencanto. Rapazes e moças estão cansados de ouvir denúncias de corrupção. Mensalões e mensalinhos jogaram água fria no entusiasmo da rapaziada de promover mudanças pelo voto.

A escolaridade dos eleitores talvez explique o subdesenvolvimento das campanhas dos postulantes a mandato: 5,9% são analfabetos; 14,57% só leem e escrevem; 33,09% não completaram o ensino fundamental; 13,19% chegaram ao final do ensino médio; 3,83% concluíram o curso superior. A representação política pode ser melhorada com eleitores

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